Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



quarta-feira, 2 de março de 2011

MÍDIA E PODER NOVAMENTE!!!

Em novembro do ano passado postamos o texto intitulado “Comunicação com a sociedade: convite ao debate” (Comunicação com sociedade...) com o objetivo de estimular nossos visitantes e, inclusive, alimentar o debate sobre o assim chamado “quarto poder”.

Àquela altura tínhamos saído de um processo eleitoral que, seja a nível nacional, seja estadual, os jornalões e os sistemas de mídia rádio, televisão e imprensa escrita cumpriram o papel de partido político, especificamente partido das oposições ao projeto democrático-popular no Brasil, buscando construir a qualquer custo o anti-Dilma, como antes buscaram construir o anti-Lula, com o insucesso que todos sabemos. No nível estadual, infelizmente, a capacidade desses “senhores da guerra” foi mais virulenta o que, obviamente, somou-se aos nossos problemas e limites, como antes já analisados.

Voltamos à carga, desta vez trazendo dados analíticos a partir do artigo de Francisco Fonseca da FGV e publicado pelo IPEA enquanto Texto Para Discussão (1509). Segue a análise o link para acesso do documento na integra.

O artigo de Francisco Fonseca parte de duas constatações: a mídia, entendida como o “complexo de meios de comunicação que envolve mensagem e recepção”, atua em diferentes papéis nas sociedades de massa atuais, desde pautar agendas públicas até funcionar enquanto expressão de partidos políticos ou “intelectuais coletivos orgânicos” de interesses específicos. Por outro, ao participar da esfera pública, prestando serviços de socialização de informações, constitui instituição extremamente necessária ao processo de desenvolvimento democrático das sociedades.

Claro está que aqui se coloca um paradoxo em termos: se por um lado esses entes institucionais estão na esfera pública, por outro seus interesses maiores são movidos pelos lucros ou ganhos a serem obtidos por seus sócios proprietários. De antemão o discurso de neutralidade, tão bem ao gosto da imprensa nacional, cai por terra, e o que se vislumbra são sempre as cores professadas pelos proprietários ou, na grande maioria das vezes, os interesses dos patrocinadores.

A convergência entre poder político e poder midiático é notória, como observa Fonseca o “espaço público seria, em larga medida, ocupado e agendado pelo sistema midiático”. O interesse geral privado dos grupos de comunicação, politicamente, em grande medida, afinados em termos ideológicos, prevalece nos processos de uso mais ou menos intensivo, na busca de capturar o poder político.

Em geral as criticas estabelecidas em torno do uso abusivo de poder econômico em processos eleitorais, devem ser replicadas ao uso abusivo do poder midiático nos mesmos processos eleitorais.  Vale observar que o conjunto dos meios de comunicação funciona de forma sistêmica, ou seja, enquanto os jornais produzem, relatam e analisam eventos, a televisão divulga ao grande público e o rádio oferece certa oportunidade de participação ao público, porém como sugere o sociólogo Manuel Castells “a lógica e a organização da mídia eletrônica enquadram e estruturam a política”.

 Reproduzimos abaixo para simples conhecimento quadro que ilustra um dos aspectos mais problemáticos do sistema midiático brasileiro. Tal como em outros campos empresariais, aqui se verifica o amplo controle de interesses familiares, imiscuídos com o próprio processo de decisão política e representação pública. Notoriamente no quadro estão ausentes diversos outros grupos de controle familiares, especificamente no caso do Pará, o Grupo Maiorana.


Nosso interesse, porém, é chamar atenção de leitores e visitantes do PD13 para o posicionamento crítico em relação ao papel da mídia nos diversos momentos político-eleitorais e também na organização das agendas nacionais e estaduais presentes e futuras. 

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