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Editor: José Trindade



quarta-feira, 30 de março de 2011

IPEA: insegurança pública é generalizada e os indicadores de confiança na polícia são baixos


Do Site do Ipea

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira 30 mostra os Indicadores de Percepção Social sobre Segurança Pública em todas as regiões do Brasil.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira 30 o Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre Segurança Pública. O trabalho mostra a opinião dos cidadãos brasileiros sobre a atuação do Poder Público em relação ao problema da criminalidade e da violência.





Em relação à percepção de insegurança, a região Nordeste é que apresenta o maior índice, alcançando 85,8% dos entrevistados que disseram ter muito medo de serem assassinados. Depois dos nordestinos, os habitantes das regiões Norte e Sudeste são os que mais têm medo de assassinatos: 78,4%, seguidos do Centro-Oeste (75%) e do Sul (69,5%).

Entretanto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2009, os estados da Região Norte foram os que registraram, juntos, a maior média entre as taxas de homicídio doloso das regiões brasileiras (29,5 homicídios dolosos/100 mil habitantes), seguidos bem de perto pelas unidades federativas da Região Nordeste (29,3 homicídios dolosos/100 mil habitantes). O Nordeste, por sua vez,  tem a menor média de gastos per capita com segurança pública – R$ 139,60 por habitante.

O Sudeste, apesar de não apresentar um nível alto de sensação de segurança entre sua população, possui o menor índice de homicídio doloso do país: 21,77 homicídios por 100 mil habitantes. A região tem o maior gasto per capita na área de segurança pública – R$ 248,89 por habitante.

De acordo com o Ipea, Minas Gerais e São Paulo, os estados mais populosos, puxam a média da região para baixo, com 7,1 e 11 homicídios por 100 mil habitantes, respectivamente. É no Espírito Santo, estado com gasto per capita em segurança, de R$ 200,67 em 2009, é onde se encontra a taxa mais alta, de 57,9 homicídios dolosos por 100 mil, menor apenas que a de Alagoas (63,3 por 100 mil).

Na Região Centro-Oeste, a sensação de segurança é relativamente alta e os gastos em segurança pública são superiores à média nacional de R$ 200,07 por habitante. No entanto, a taxa de homicídio doloso (25,4 por 100 mil habitantes) está igualmente acima da média de 22,4 por 100 mil. No Centro-Oeste, o gasto per capita com segurança pública é de R$ 225. Segundo a pesquisa, os estados da Região Sul apresentam a menor incidência de insegurança.

Com relação aos gastos na área de segurança pública, a Região Sul apresenta patamares próximos aos do Nordeste, com um gasto de R$ 172,75 per capita, ou seja, é a segunda região onde, proporcionalmente, menos se gasta com segurança pública.

O estudo aponta que na Região Norte a população não faz uma boa avaliação dos atendimentos policiais, com uma taxa de aprovação dos atendimentos de apenas 354 por mil usuários, a menor do país.

Em relação à confiança nas polícias de seus estados, a pesquisa aponta que os habitantes da Região Sudeste são os que menos confiam nas polícias de seus estados sendo que 75,15% disseram confiar pouco ou não confiar na atuação dos policiais, 21,80% confiam e 3% confiam muito. No Nordeste, o grau de alta confiança nas polícias estaduais chega a 5,8%, o mais elevado entre as cinco regiões brasileiras. Já o índice de baixa confiança chega a 70,15%. No Sul, o percentual dos que confiam muito no trabalho policial é 3,4%, inferior à média nacional (4,19%). A região tem 228 policiais para cada grupo de 100 mil habitantes, abaixo da média nacional (273 policiais por 100 mil habitantes). No Norte, apenas 4,45% dos entrevistados disseram confiar muito na atuação das polícias. Na Região Centro-Oeste, o grau de alta confiança nas polícias é 4,5%. Em todo o país, a região tem a maior média de policiais por habitante (quase 600 por 100 mil moradores).

A pesquisa do Ipea também avaliou os serviços prestados pelas instituições policiais. Na Região Sul, a cada mil cidadãos que precisaram acionar a polícia por algum motivo, 496 avaliaram o atendimento como bom ou ótimo. A média nacional é 435. Na Região Centro-Oeste, cerca de 400 usuários declaram aprovar o serviço prestado, em cada grupo de mil que precisaram entrar em contato com a polícia ao menos uma vez. No Sudeste, a média dos que avaliaram bem os atendimentos feitos pelas polícias chega a 424 por mil usuários.

O estudo aponta que na Região Norte a população não faz uma boa avaliação dos atendimentos policiais, com uma taxa de aprovação dos atendimentos de apenas 354 por mil usuários, a menor do país. No Nordeste, a avaliação só não é tão positiva quanto a feita pela população da Região Sul. São 463 avaliações favoráveis em cada mil atendimentos.

(Com informações da Agência Brasil)

Parece que o refrão do "rock" dos "Titãs" da década de 80 continua muito atual...
Polícia! Para quem precisa?
Polícia! Para quem precisa de polícia?
                               (Policia, Titãs)

2 comentários:

  1. Há necessidade de construir uma nova proposta de segurança Pública.É preciso ver a complexidade do problema da inseguraça na sociedade tem diversas origens.Nao podemos manter o Estado Policial, que reprime e marginaliza as populaçoes pobres.Para quem serve as policias..............

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  2. O grande problema é que todas as mazelas provenientes de séculos de exclusão social,vão parar nas delegacias de polícia, a população não julga a classe política como a responsável pelo cáos instalado na segurança pública no país. A insegurança pública não é só caso de polícia, mas sim da falta de políticas públicas. Investir em segurança pública não é só comprar armas, coletes, viaturas ou contratar mais policiais, é necessário que se invista em uma polícia investigativa, com corpo perícial e estrutura tecológica já disponível no mercado mundial, além de melhor qualificar e remunerar os servidores da segurança pública. Enquanto isso não acontecer vamos continuar ouvindo a música dos titãs e achando que o problema se resume à polícia.

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