BRASÍLIA - A Executiva Nacional do Democratas (DEM) decidiu hoje dissolver o diretório regional de São Paulo. A medida é consequência da decisão do prefeito Gilberto Kassab de deixar a legenda para fundar o Partido Social Democrático (PSD).
Ao mesmo tempo em que dissolveu o diretório, o partido abriu um prazo de sete dias para que os seus representantes paulistas possam conversar e recompor o novo comando do DEM no Estado. "Temos 70 prefeitos, uma bancada representativa e, agora, vamos buscar o entendimento", disse o deputado Ônix Lorenzoni (RS), integrante da Executiva Nacional.
Para ele, a partir de agora, acaba qualquer influência de Kassab sobre os democratas de São Paulo. "A chance de se emplacar algum político próximo de Kassab no novo diretório é zero", afirmou.
(Agência Brasil, 24/03)
Nossa opinião (PD13): Há cinco anos, desde sua fundação, o DEM (antigo PFL) não consegue encontrar identidade própria. Consideramos que três fatores são justificativos dessa condição:
- os setores mais representativos da direita ideológica e socialmente representativa, já se sentem confortáveis no PSDB;
- os setores mais fisiológicos encontram no PMDB uma estrutura suficientemente flexível que possibilita grau de convivência e “aturamento” que torna pouco interessante uma legenda como o DEM;
- por último, a estrutura partidária e o formato das composições políticas tende a impor uma espécie de poli-partidarismo restrito no Brasil, o que levará a uma forte pressão para o estabelecimento de quatro grandes arranjos a nivel nacional: o PT, agregando espectro à esquerda, porém também com setores de centro; o PSDB, agregando a grande maioria dos segmentos de centro-direita, com forte influência nos setores mais coordenados politicamente das classes dominantes; o PMDB, centrado no espectro fisiológico, porém agregador das frações regionais das classes dominantes e; resta uma quarta vaga a ser ocupada com as características tanto do espectro de direita e centro-direita, como também com capacidade de diálogo e influência nas elites regionais. Kassab, ao que parece, faz movimento estratégico no sentido de reposicionar as elites paulistas do seu espectro de influência, a reboque atrairá parcela das elites nordestinas e, quiçá, o “Diadorim” mineiro.
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