Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O FIM DA SOCIAL DEMOCRACIA NEOLIBERAL

Corria o ano de 1989 e um conjunto de “bem pensantes” economistas ligados ao FMI, Banco Mundial e Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estabeleceram dez regras básicas a serem seguidas por economias dos chamados países em desenvolvimento, o chamado Consenso de Washinton.

Essas regras tinham como base as formulações do economista John Williamson, do International Institute for Economy e podem ser resumidas em uma frase: “reduzir os gastos públicos, manter o equilíbrio fiscal e desregulamentar a economia”, são as seguintes: 1) disciplina fiscal; 2) redução dos gastos públicos; 3) reforma tributaria; 4) juros de mercado; 5) cambio de mercado; 6) abertura comercial; 7)investimento estrangeiro direto, sem restrições; 8) privatização das estatais; 9) desregulamentação da economia e 10) direito à propriedade intelectual.

Esse conjunto de procedimentos devia ser tomado, conforme o documento básico da época, enquanto plataforma programática, sendo que a execução do breviário do seu melhor modo e mais rapidamente asseguraria o alcance dos céus. As economias latino-americanas na sua maioria, inclusive “of course”, a brasileira se adequaram devidamente ao credo do fundamentalismo econômico internacional.

Aspecto importante é que as políticas do Consenso de Washinton tiveram na dupla PSDB/PFL e no governo FHC e congêneres estaduais seus executores fiéis no Brasil. O resultado principal foi à privatização de parcela considerável do patrimônio público brasileiro, especialmente no caso do Pará se destaca a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e da Centrais Elétricas do Pará (CELPA), nos dois casos as comercializações se deram sob condições bastante duvidosas e com nenhum retorno imediato a população local.

A chamada social democracia brasileira demonstrava desde sempre sua incapacidade de incluir o povo brasileiro em qualquer projeto de sociedade, priorizando uma percepção ideológica neófito e com o entendimento que todas as questões nacionais se resolveriam mediante relação de mercado e desconstrução do estado, especialmente a crescente privatização dos interesses públicos.

É essa percepção que está sendo derrotada em definitivo nestas eleições, como lembra José Fiori, não se trata de incompetência pessoal, nem problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata. Um réquiem ao mesmo!

Proposta Democrática.

2 comentários:

  1. Réquiem no Brasil e o Pará. Defuntos voltem aos tumulos!!!

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  2. A difusão da ideia que o mercado em si é suficiente para levar bem-estar às pessoas é um conto da carochinha que ainda ganha força na cabeça de muitas pessoas. Foi preciso uma crise como a última para mostrar aos incrédulos que não é bem assim a coisa. Nem era preciso vir crise para ensinar isso, a história tá aí pra cumprir esse papel. Mas já que veio a crise, espero que o ensinamento tenha sido aprendido pelos utópicos defensores da mão invísível.

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