Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Para o Povo e pelo Povo (I)

Torna-se quase inquestionável, incomparáveis os dois projetos colocados à frente dos eleitores para o pleito do próximo 03 de outubro. De um lado está um grupo que se auto-intitula arautos da modernidade, modernidade essa entendida como o “enxugamento do Estado” à la liberalismo econômico e crentes que existem forças, que por equilíbrios ou inércia promoverão o bem-estar da população, ledo engano. Esse grupo teve chance de demonstrar como tal engenhosidade funcionaria na prática. No Brasil foram 8 anos de FHC e no Pará 12 anos de tucanato; saldo: 1) Privatizações sem critérios de serviços essenciais (telefonia por exemplo), cuja lógica seria a redução das tarifas aos consumidores, melhoria no atendimento, e universalização dos serviços na prática sabemos que não ocorreu dessa maneira e estamos sujeitos a concentração desses nas mãos de poucas empresas, o atendimento em muitos casos piorou (basta lembrar que existiam postos de atendimento da Telepará em vários municípios) e os preços praticados é melhor nem comentar; 2) na era FHC com rebates para o tucanato paraense o serviço público de forma geral foi sucateado, a lógica por trás de tal ação era de que a terceirização era o melhor caminho, mais um equívoco grave, passamos esse tempo todo sem renovação dos quadros de servidores (quem lembra de algum concurso público de FHC e dos 12 anos tucanos no Pará) e o que é pior, em nome de uma pseudo austeridade fiscal houveram perdas históricas na massa salarial dos servidores públicos, nessa mesma lógica destruiu-se a o sistema de educação, da saúde, etc. Finalmente para tornar mais didático o modo de pensar desse grupo, basta pegar a política apregoada pelos tucanos em Minas Gerais e tida como exemplo por seus quadros em todo Brasil inclusive por seu atual candidato a presidência – o chamado “Choque de Gestão”, tal modelo consiste em realizar superávit primário reduzindo investimentos, resultado: no primeiros anos o governo mineiro orgulhava-se de ter terminado primeiro ano com saldos de centenas de milhões de reais em caixa, por outro lado esse mesmo estado consegue conviver com o Vale do Jequitinhonha, região de pessoas famintas e indicadores sociais subsaarianos e que sobrevivem graças ao programa Bolsa-Família do Governo Lula.

O argumento poderia vir pela falácia de que o governo tucano é o governo das obras. Será? No governo FHC houve duas tentativas de alavancar obras estruturantes, os programas Brasil em Ação e o Avança Brasil. No entanto ambos estavam ligados a lógica de favorecimento à grandes conglomerados econômicos, sem preocupação alguma com as populações no seu entorno, por isso eram na verdade corredores que buscavam escoar suas produções. No Pará, este nem contemplado pelos dois programas anteriormente citados, conta-se nas pontas dos dedos as obras realmente estruturantes, talvez somente a alça viária. Sob a ótica da política econômica, mais um desastre: juros estratosféricos, aumento da divida pública, taxas de crescimento pífias e reduzida capacidade de geração de empregos.

Autor: Cassiano Ribeiro.

Um comentário:

  1. As evidencias de que o Pará tinha tudo para que na década de 90 pudessemos crescer e desenvolver a partir de um novo padrão, com inclusão social e agregação de riqueza são claras. Entretanto, a visão do Mercado como um "Deus Ex-Machine" que tudo direcionava e regia foram as idéias que reinaram na cabeça de algumas mentes "bem pensantes" e arrevoaçantes no Pará e no Brasil. Xô Neoliberais, Xô aves de agoura do futuro!!!

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