A crônica que segue é para mera diversão, entretanto vai como homenagem e incentivo aos inúmeros militantes que buscam e querem continuar construindo um Brasil e Pará mais democrático e justo. Vale frisar que todos os personagens são verdadeiros, grande abraço e bom domingo!
O velho Machado nos lembra que a uma palavra segue outra, assim como uma idéia segue outra e assim se faz um livro, um governo ou uma revolução. Do mesmo modo, um panfleto segue outro, e assim se faz uma convenção, um sorteio ou uma eleição. Garcia tava na sua premier de panfletador, afinal todos e tudo têm uma primeira vez!
Registro: a exemplo dos velhos militantes encarou a nova missão de convencer e ganhar corações e mentes com a dignidade de um mestre sala. Lá se foi nosso herói e mais uma pequena guarnição de emperdenidos voluntários da nossa nobre causa de fazer uma “revolução silenciosa”, graças a eles o tal silêncio não seria assim tão incomodativo aos ouvidos.
As primeiras horas de exposição, panfleto em punho e olhar vago. Parecia mais um contemplador dos transeuntes do que um guerrilheiro eleitoral. A tática era, segundo ele, esperar que os atarefados potenciais eleitores sacassem o folheto de suas mãos e assim estariam espontaneamente escolhendo seu candidato.
Lado a lado a Garcia lá estava Gonçalves aos berros expondo idéias e, ao mesmo tempo assustando e atraindo suas presas eleitorais. Eram, sem dúvida, duas formas bem diferente de abordagem, com vantagens e desvantagens. A vantagem do primeiro era a absoluta paz local e a certeza dos transeuntes de que nenhum choque ou susto teriam. Claro está que o impacto também era risível, bem nenhum tudo é perfeito!
Quanto ao método da idéia gritada, a vantagem era que definitivamente o nome do candidato chegava aos ouvidos e mentes dos indecisos senhores e senhoras donos dos votos, por outro havia a grande quantidade de “nãos” que o Gonçalves levava pela cara. Como um panfleto leva ao outro, muitas vezes um não levava ao outro. Bem, muitos sins seguidos também sempre são possíveis.
Panfletar parece ser uma arte milenar, em algum canto do mundo nos momentos mais idos, sempre houve alguma eleiçãozinha e, off course, os candidatos, os eleitores e, o mais importante de todos, o panfletador. Acho que na China antiga usavam o papiro e como as eleições não eram habituais e os candidatos sempre os mesmos, os papiros podiam ser reutilizados, foi a primeira experiência de reciclagem eleitoral de todos os tempos.
Essa arte se torna mais espetaculosa no capitalismo mais recente e nos países que praticam as disputas eleitorais como espécies de partidas de futebol, nas quais a torcida é somente chamada a se manifestar na hora do gol. De qualquer forma a arte de seduzir o eleitor sempre tem mais charme com o uso do velho santinho.
É assim que Garcia se tornou um respeitável panfletador, com uma arte especial de convencimento: o olhar vago de alguém que tem mais idéias a compartilhar que palavras a dizer.
Por: Zé Lins
É por querer um Pará melhor que se panfleta levantando a bandeira da esperança. Panfletaremos até dia 3/out ou até quando preciso for.
ResponderExcluirÉ a demonstração que queremos continuar no caminho certo que estamos.