Abaixo, matéria publicada em jornal denuncia o descaso do governo anterior para com o povo paraense.
O passado não é esquecido por quem sentiu na pele as consequências de um (des)governo marcado pelo esquecimento da população e pelo mau uso de recursos públicos. Tudo isso será levado em consideração dia 3 de outubro, nas urnas.
Os avanços conseguidos nos últimos 4 anos mostram que se vive um novo momento em nosso estado, e que é necessário seguir trilhando o caminho da prosperidade que estamos vivenciando.
Belém - PA, 10/04/2006.
Desvio de dinheiro público agrava a miséria no Pará
Recursos do Projeto Alvorada, que o governo do Estado recebeu e não aplicou, eram destinados à redução da mortalidade infantil e das consequências da falta de saneamento e abastecimento de água.
"E que é que a gente pode fazer? A gente não tem condição, é assim mesmo. Deus leva quando quiser”. É assim, triste e resignada, que dona Osvaldina Ribeiro da Costa vai narrando a aflição que sente. Ao colo, o neto, Jenilton, de cinco meses, há quatro dias com vômitos e diarréia. “Tudo o que a gente põe na boquinha dele, ele baldia”, relata. O outro neto, Jailton, de dois anos, também tem febre, tosse e diarréia. “Levei eles no posto, mas não deram nem remédio, só a receita. E a gente não tem dinheiro pra comprar”.
O drama de dona Osvaldina é idêntico ao de milhões de paraen¬ses, que vivem em condições miseráveis: sem trabalho, educação, uma casa decente - e até sem água potável. Como não poderia deixar de ser, as maiores vítimas são as crianças, que morrem aos milhares, muitas vezes até sem completar um ano de vida.
Em 2004, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará registrou, na rede hospitalar, 1.840 óbitos, na faixa de 0 a 4 anos. Ou seja, apenas nos hospitais, morreram quase 6 crianças por dia. Um quadro que fica ainda mais assustador quando se constata, através de estudos do Unicef (o fundo das Nações Unidas para a Infância) que a principal causa da mortalidade infantil, são as doenças transmitidas pela água insalubre, entre elas as diarréias e verminoses.
Mais grave, porém, é que essa mortandade poderia ser evitada, caso o Estado investisse no básico - água potável e saneamento. No entanto, o projeto Alvorada, que deveria levar esses serviços a 58 municípios paraenses, até hoje não saiu do papel. Apesar de o Governo do Estado ter recebido da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entre os anos de 2002 e 2004, mais de R$ 66,7 milhões para a execução do projeto. Por isso, nesses municípios, que estão entre os mais pobres do Pará e até do Brasil, a saúde continua precária. E milhares de crianças pequeninas continuam a morrer, por doenças típicas do subdesenvolvimento, como são as diarréias e verminoses.
A precariedade do abastecimento de água no Pará é tamanha que as pessoas, por vezes, são obrigadas a beber água da chuva, para não morrer de sede. É o caso de dona Osvaldina e de centenas de moradores do bairro do Perpétuo Socorro, em Bragança. Às proximidades da casa dela, o dono de um poço artesiano cobra R$ 10,00 por mês, pela utilização. Mas como aquelas famílias, paupérrimas, não têm nem o que comer, acabam é armazenando água da chuva, com o auxílio de “biqueiras” e calhas improvisadas. E é com essa água que tomam banho, lavam a roupa e preparam o “arroz com arroz” - quando há. Não admira que ali se encontre tanta criança doente.
Na semana passada, por exemplo, Patrick, de sete anos, estava abatido, com diarréia. A mãe, dona Maria Astrogilda dos Reis Ribeiro, de 30 anos, já nem sabe o que fazer. Porque os vômitos e diarréias também atingem, constantemente, além de Patrick, os outros três filhos. “Eles adoecem muito e eu acho que é por causa da água da chuva, que a gente pega, mas fica parada”, relata. No barraco, as divisórias são pedaços de tecido barato. E não há objeto que não seja vasilhame plástico de produtos industrializados. Até as “cortinas” das janelas são restos de plástico fino e transparente.
Fonte: Diário do Pará de 10/04/2006.
E ainda tem tucano querendo dá uma de bom moço.
ResponderExcluirParaense não é trouxa, tucanada!