Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ELES PASSARÃO. EU PASSARINHO!

Nestas últimas semanas a grande mídia tem construído um forte discurso de comprometimento das instituições democráticas. O fundo do poço em que chegou a candidatura tucana acabou por ser a senha de um “vale tudo” eleitoral, acirrado a cada semana em que o impacto da nova denúncia não surtia o efeito necessário ou programado no quartel general da candidatura Serra.
Início de setembro, Serra bate a lona, cai para 25% no Ibope, ao mesmo tempo Dilma cresce e atinge aquela altura aproximadamente 56%. Neste momento, a elite política midiática reesquenta de imediato as denúncias de violação do sigilo fiscal de um grupo restrito do PSDB, entre eles o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas. A demora de resposta por parte da Receita Federal e do próprio PT gerou uma primeira carga de constrangimento sobre Dilma, que ao não tergiversar sobre o assunto e impor a obrigatoriedade da investigação acabou por impor denúncia vazia para Serra e companhia. Vale mencionar que a carga acabou virando contra o criador quando da reportagem de Carta Capital (n. 613) sobre o envolvimento de Verônica Serra na quebra de sigilo bancário de quase 60 milhões de brasileiros. A frente tucana optou por buscar outros “fatos”, na medida em que este parecia contaminado com a dupla conseqüência de respingo pessoal (familiar) e baixo impacto político. 
Em seguida, a tropa de choque tucana, leia-se grande mídia, especialmente os jornalões e as revistas associadas (“as oito ou nove famílias” que tomam conta dos meios de comunicação: rádios, jornais impressos e tv’s e agem como partido político das elites tupiniquins), passaram a agir conforme um diapasão a busca da freqüência de ressonância que quebrasse a linha de crescimento da candidatura Dilma.  O achado ou descoberta veio na forma dos “filhos de Erenice”. A ex-ministra da Casa Civil foi submetida ao fogo cruzado durante duas semanas seguidas durante o setembro udenista, até que a insustentabilidade de sua permanência no cargo a obrigou a renunciar. A faina udenista do PSDB e o golpismo midiático buscaram estabelecer ligação desses fatos com a candidata petista, deram com os burros n’água. A pesquisa Sensus divulgada em 14 de setembro explicitou que somente “12,4% dos entrevistados mostraram-se abertos a eventualmente mudar seu voto, contra 72,7% que disseram já ter definido seu candidato”. Ao não colar a tentativa de ligação do “caso Erenice” com Dilma, o comando tucano entrou em parafuso, convergindo de forma crescente para uma estratégia do tipo “terra arrasada”.
O movimento seguinte foi o de coscuvilhar qualquer membro ministerial, o que levou a ter como alvo fixo das botocudas tucanas o ministro da Secretaria de Comunicação Franklin Martins. No mesmo tom inconseqüente e de “tudo as favas” o tucanato passa a flertar com o populismo mais piegas, algo que vai desde o anúncio de 13° para a Bolsa Família, o mesmo programa que a bem pouco tempo os serristas tinham como “fábrica de vagabundos”, até o uso do ranço golpista da grade mídia e alimentar a “povofobia” da classe média. Esse arremedo udenista culmina no “ato contra o autoritarismo” realizado na Faculdade de Direito do Largo são Francisco no Rio de Janeiro, o referido ato reúne não mais que 150 pessoas e, novamente, seus risíveis patrocinadores se encolhem em sua insignificância.
O “submundo da política”, como declarou Dilma recentemente, ou algo mais grave o udenismo golpista, não tergiversou quando viu cair por terra suas inúmeras tentativas de desmonte da candidatura do PT. Assim, agora buscou construir uma nova frente de embate: a frente religiosa. O potentismo na criação de mentiras foi além do mundo mineral e busca agora nas forças espirituais se estabelecer. O conjunto de falsas declarações postadas na internet e tendo como alvo tanto as comunidades católicas quanto evangélicas, parece ser a enésima e, esperemos derradeira tentativa de se impor forçadamente a consciência viva da sociedade brasileira.
Parafraseando Mário Quintana: Eles passarão. Nós passarinhamos!
Bom Voto! Bom Dilma!  Bom Ana!     

DEMOCRACIA 13.

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