Os números da Companhia Vale são eloquentes: as suas atividades se estendem em mais de 30 países, nos cinco continentes. O conglomerado reúne cerca de 60 empresas, emprega 150 mil trabalhadores, possui 9 mil Km de ferrovias, oito portos e várias centrais hidrelétricas.
Vale lembrar, desculpem o trocadilho, que em 1997 a Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada pelo governo FHC. Leiloada a R$ 3,3 bilhões, valor inferior ao lucro de 3 meses de operação e que representava apenas uma fração do patrimônio total da empresa, avaliada em R$ 100 bilhões.
Em 24 de outubro de 2006 a Vale anunciou a incorporação da INCO canadense, a maior mineradora de níquel do mundo, que foi efetivada no decorrer de 2007. Após essa incorporação, o novo conglomerado empresarial CVRD Inco - que mudou oficialmente de nome em novembro de 2007 - tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um valor de mercado de R$ 298 bilhões, à frente da IBM.
Em 2008 seu valor de mercado foi estimado em 196 bilhões de dólares pela consultoria Economática, perdendo no Brasil apenas para a Petrobras (287 bilhões) e se tornando a 12° maior empresa do mundo. Naquele ano de 2008 a Vale bateu mais um recorde, lucrou US$ 13,3 bilhões e distribuiu US$ 2,75 bilhões aos acionistas, quantia bem superior à gasta com os salários pagos (US$ 1,9 bilhão).
Além desses tradicionais números, cantados em verso e prosa, a Companhia Vale acumula outros não tão alvissareiros: conflitos com os indígenas Karonsi’e na Indonésia, expulsos do seu território pela “player global”; ou com os camponeses moçambicanos na região de Moatize, assentados em condições precárias em terras de baixa fertilidade; ou ainda com os pescadores artesanais da baía de Sepetiba, oeste do Rio de Janeiro, onde o consórcio ThyssenKrupp-Vale está construindo uma usina siderúrgica. Pode-se lembrar ainda, os conflitos com o MST em Parauapebas no sul do Pará.
Vale, a multinacional dos conflitos
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