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Editor: José Trindade



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Olhar do PD13 sobre os Jornalões Locais




Um dos jornalões locais resolveu chamar a cena um velho e permanente figurão da elite paraense e que durante quatro décadas serviu bem os interesses dos setores mais conservadores da sociedade nacional. O ex-governador biônico e coronel reformado Passarinho. Do alto dos seus 91 anos, consegue olhar de forma coerente aos interesses da direita brasileira e o quanto o PSDB deve caminhar para um discurso mais contundente e, portanto, mais radicalizado ideologicamente.


Para além de pérolas tipo “ditadura legal” e a queixa quanto ao papel atual da UNE (União nacional dos Estudantes), o ex-coronel evidencia a preocupação já manifesta por outros próceres do udenismo nacional: a construção imediata da estratégia de combate ao governo Dilma.

Não poucos articulistas de diversos órgãos do “quarto poder” midiático têm reforçado a necessidade do PSDB e quejandos fecharem nomes e traçarem uma linha de ataque (programática?) mais verossímil. Alberto Almeida, um desses novos ideólogos do udenismo renascido, comunga com o ex-coronel a percepção de uma oposição acéfala, o que segundo Almeida deveria ser buscado no discurso radicalizado da “privatização, aumento do teto para o pagamento do ensino privado, menos impostos”, conferir matéria no Valor Econômico: http://www.valoronline.com.br/

Cabe ao PT e aos setores da sociedade brasileira que querem avançar na construção de um Brasil enquanto nação cidadã se contrapor ao discurso elitista, cuja tônica é a solução via mercado, inclusive das nossas enormes desigualdades sociais.

A defesa do governo Dilma deve ser acompanhado da defesa de uma linha programática que aprofunde as reformas de interesse popular, especialmente uma reforma tributária anti-regressiva, que torne a carga tributária menor sobre os setores populares e gravame mais intensamente as maiores rendas e tribute a riqueza. Do mesmo modo a defesa intransigente da agricultura familiar e o estabelecimento de metas mais ousadas para os assentamentos de reforma agrária. Assim como a aprovação no Congresso nacional do Plano Nacional de Educação com a atribuição de penalização para o não cumprimento das metas estabelecidas. Esses são somente alguns pontos que, com certeza, não agradam em nada aqueles que temem o aprofundamento da democratização e socialização do Estado no Brasil.






Outra entrevista, em outro jornalão, merece destaque: com o Ministro Alexandre Padilha da Saúde. Vale aqui fazer referência que no último dia 13 de janeiro o PT organizou jantar com o referido ministro e diversos dos temas abordados na entrevista com a jornalista Rita Soares, foram tratados no jantar no Hotel Regente.




Algumas impressões: a área de saúde irá caminhar no governo Dilma para uma direção central e oportuna: ao invés de tratar da doença, se tratará das causas que provocam as doenças.

No caso brasileiro prevenção é sinônimo de política sanitária, o que o ministro tem bastante conhecimento, pois é área de especialização acadêmica do mesmo. Política sanitária, diga-se de passagem, que durante muitos anos o Brasil cultivou e que nas duas últimas décadas do século XX foi desprezada, todos se recordam da extinção da antiga SUCAM no triste governo Collor e o impacto que isso gerou. No período FHC nenhuma melhora, a ausência de política preventiva e sanitária foi a tônica, por mais que, a bem da verdade, a política referente ao combate a AIDS foi inovador e importante.

O Ministro ressalta aspecto de grande importância: a necessidade das prefeituras estarem capacitadas para receberem e gestarem recursos federais, inclusive na etapa primária de elaboração de projetos. A ação coordenada entre União, Estado e Municípios foi aspecto inovador estabelecido durante o governo Ana Júlia, porém, como bem ressalta Padilha parece que não adianta somente fazer um bom governo, as relações políticas muitas vezes criam barreiras mesmo para gestões inovadoras.

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