O cotidiano de Belém é assim sol, chuva e sinais. O nosso colaborador Zé Lins relata seu cotidiano em mais um final de semana.
Bom domingão!
Por Zé Lins
O cotidiano das cidades é assim: cada sinal uma feira, vende-se e serve-se de tudo, poesia, camisas, cartões de natal e bebidas. Essas então são variadas, bebidas engarrafadas, cervejas enlatadas, sucos diversos ou batidas de limão, graviola, tangerina ou jenipapo.
Qualquer um que por um desses acasos, nada fazer e internet ligada, lerem essa crônica, sabe o quanto de vida, capital e mercadoria borbulha no sinal da esquina. Algumas ofertas, muitas das vezes, são da mais tristes torpezas, aquelas “meninas” mal vestidas e mal crescidas, sucumbidas ao sol e ao desfavor de um melancólico “amor”. Existem, ainda, as ofertas “jornalísticas”, essas peças de informação sublinhar de más ideias, geralmente crianças, também, vendendo parca e ruim mercadoria de notícias.
Sabadão, tudo a fazer, porém melhor sucumbir a uma boa conversa, regada obviamente a uma gelada. Como vocês, caso não saibam, fiquem sabendo, agora já sabem, eu e os meus habitamos na cidade de Tavernard, algo melancólica, mas bem distante de qualquer centro, seja São Paulo, Rio ou Belém. Amigos são sempre os locais, aqueles dos centros, Nova Yorque, Amsterdã, Berlim, Porto Alegre ou do centro de Belém, quando se prestam aparecem, porém somente às vezes. Amigos de todo dia são os locais.
Voltando ao sabadão e a cerveja bem, dei uma saída até um supermercado, comprar uma linguicinha para fritar e servir como petisco (palavra sofisticada, melhor dizer tira-gosto) e umas bohemias, cerpas ou brahmas, o santo não interessa. Na primeira esquina, um “velho sinal vermelho habitual”, só que eu respeito os tais sinais, mesmo que ache que os baianos também, até o Caetano.
Que feira aquela, de tudo: jornalzinho, peixe frito, morenas ao mel dispor e cervejinhas variadas. Os frequentadores permanentes dessas feiras erguidas sob sinais e marquises do mundo metropolitano, sabem o quanto é ruim adquirir uma cerveja quente ou uma água morna, esquentada no nosso solzão de cada dia.
A criatividade é parteira do dia-a-dia, como fala aquele filosofo Zé Raimundo, e ganhar alguns dividendos encanta toda e qualquer mente cretina ou não. Na feirinha de dois quarteirões da minha casa, sob o sinal vermelho e amarelo (aqui essas coisas se encontram: depois do amarelo vem o vermelho!), o sujeito batuta e bem informado pelo cotidiano inovou: cervejinha em isopor, aguinha também e uma cestinha. Tudo bem guardado e preservado ouvia-se os ases de bom reconhecimento dos irmãos e irmãs médias: olha geladinho! E tão assiadinho.
É isso, o cara inovou com o óbvio: uma cesta e canecas de isopor. É bom olhar a criatividade cotidiana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário