Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



sábado, 9 de abril de 2011

Jatene: cem dias, sem nada a apresentar, sem nada a dizer, sem ninguém a cobrar

Os cem dias são historicamente notáveis para os diversos governos. Desde o presidente americano Roosevelt, cujo discurso de cem dias de seu primeiro governo, em 1933, ficou famoso, considerando o momento histórico e o impacto sobre o americano médio, num momento de crise aguda da economia capitalista estadunidense.





Nos cem dias de governo, geralmente já se dispõe de diagnóstico e projetam-se as metas principais a ser alcançada, isso caso o programa de governo já exista ou tenha se construído ao longo da disputa eleitoral ou pós-disputa eleitoral.

Deve-se observar que a existência dos “cem dias de governo” é midiática, sendo que a imprensa busca estabelecer certa agenda a ser cumprida pelos governantes. O poder que a mídia exerce relaciona-se a essa pauta que os seus interesses impõem ao poder político.

Esse poder midiático age em conformidade as suas afinidades, poderá cobrar ou não nos cem, cento e um ou mil dias dos poderes ou agentes políticos no executivo governamental. Não há como separar os interesses econômicos e ideológicos da maior ou menor conveniência do uso das páginas de jornal, entrevistas televisivas ou comunicação direta via rádio.

O que temos no Pará é a completa unanimidade de interesses: não há criticas porque nada há a se criticar. A segurança pública, como um passe de mágica, resolveu todos os problemas; a Santa Casa e a saúde pública, no que compete ao governo estadual, estão entregue a gerência divina, a tal ponto que é um “ultraje” falar em fatos que a menos de um ano esses mesmos meios de comunicação banalizavam: por encantamento não há mais falecimentos neonatais no Pará.

Bem, os exemplos podem continuar, porém não vamos encher nossos leitores. Sabemos todos, o quanto o uso desbragado de isentar e condenar tem o quarto poder.

Entretanto, vale a pergunta: o que o governo Jatene mostrou ou propôs nos seus cem primeiros dias?  Uma breve busca nas matérias divulgadas nos dois jornalões locais nos permite afirmar que a tônica foi à continuidade do discurso eleitoral, o denuncismo apoiado em factoides criados pela própria imprensa, que desde sempre buscou apoiar privilegiadamente o tucanato.

Ausência programática durante a campanha e que se manteve mesmo na mensagem de abertura do ano legislativo, somente apimentado pelo batido e conveniente discurso da “herança maldita”. Discurso tão incipiente que, poucos dias depois, era enviado para Alepa pedido de empréstimo (R$ 189 milhões), prontamente atendido pelos Deputados e nada mais se falou do tão decantado “rombo” nas contas públicas. Diga-se, o “rombo” deixado pelo próprio Jatene faliu o Pará em 2006, reconhecido pelos técnicos do próprio TCE, o novo governo que se instalou em 2007 não fez o uso político devido, seja pela percepção de que o melhor a fazer fosse aprovar um novo “Programa de Ajuste Fiscal” (PAF) e garantir os financiamentos para as obras tão necessárias como “Ação Metrópole”, seja por certa dose de ingenuidade na disputa política.

Não é o caso do tucanato, acostumados a todos os meandros e malandragens do poder político paraense, buscam usar ao máximo a tônica da “herança maldita” e com a imprensa toda ela devidamente “convertida”, fica muito fácil não ter programa, proposta e assim mesmo governar MUITO BEM!

De um modo geral os diversos Secretários têm tido dificuldade de apontar metas, mesmo que sejam de curto prazo, considerando que o tempo de exercício de governo ainda não permitiu formulações mais elaboradas.


Ficar calado, considerando a ajuda dos demais poderes, uma imprensa que ajuda e uma oposição que até aqui ainda não se mostrou, parece ser a fórmula dos Cem dias Sem nada do governo Jatene.

6 comentários:

  1. É preciso qualificar um debate crítico, e aumentar o controle social via as redes sociais, pois o povo precisa saber que o Governo do PSDB é só mídia... e vai ficar assim por muito tempo. Precisamos aumentar o controle e itensificar os movimentos na capital e no interior de enfrentamento:

    1 - CPI da Corrupção na Assembléia Legislativa, o quanto antes, para desmascarar Tucano Corrupto e outros Deputados e/ou Deputadas que posavam de paladino(a) da Justiça;

    2 - Contratação dos Concursados;

    3 - Apuração dos Fatos de assessores especiais ligados a Parentes do Judiciário Paraense - Uma vergonha!!!

    4 - Alugeis de Imóveis de altos Integrantes do Judiciário Paraense;

    5 - Secretários Envolvidos na Atividade do Trabalho Escravo;

    6 - Integrantes de Assessores do Secretário de Educação, envolvidos em esquema de Fraudes no Congresso Nacional;


    e Muito Mais...Vamos fazer um resumo dos 100 dias, e com certeza irão perceber que o Governo caminha para a Corrupção, o descaso com os mais pobres, e a mídia como instrumento ideológico, Lembrando o Nazismo e, finalmente o cerceamento da liberdade de imprensa como estratégia de se manter no poder.

    Esse é o resumo do Governo do PSDB no Pará.

    Aos amigos da Proposta Democrática 13...

    Vai uma Cerpa aii!!!! Com incentivo, corrupção e algumas propinas para alegrar a festa...

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  2. Parabêns ao pessoal do Proposta Democrática 13 !!! Finalmente apareceu alguém, ainda que através de um blog, para fazer o contra-ponto ao governo tucano que até agora não disse a que veio. Porém, utiliza a imprensa elitista para tentar enterrar a possibilidade dos trabalhadores continuarem na luta pela construção de uma sociedade mais igualitária e feliz. Uma coisa é importante pessoal do D13, onde está o PT? Onde estão os parlamentares estaduais e federais do PT do Pará? Cadê a combatividade do PT do Pará? Espero que vcs continuem na vanguarda desse processo de disputa já que o PT ainda não assumiu esse papel !!!!

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  3. Caro PD 13,
    Pergunto eu, cadê também os sindicatos e associações de nosso Estado do Pará, para defenderem os interesses dos servidores públicos? Infelizmente o nosso governo popular acabou enfraquecendo ou desestimulando seus representantes com aquele núcleo duro do Governo (Jose Julio, Fernando Moraes e CIA),sem esquecer do Trindade (SEFA).Vamos ter que trabalhar muito para que esses companheiros volte a lutar com suas entidades. Porque os tucanos estão jogando solto. Facilitando as sacanagem que o Estado volta a vivenciar do Simão Lorota.

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  4. Talvez, se tenha algo a dizer daqui a vinte anos! As elites são casuais, incapazes de ver o mundo tal como ele é. O pobre do Conrado, ou o coitado do Xavier, muito teremos ver e pensar nos próximos meses...!

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  5. Somos tb nós, da sociedade civil, que podemos cobrar que o Estado cumpra o seu papel. E já sabemos que a grande imprensa não ajudará muito (pois os interesses dos grupos que estão dirigindo o governo do Pará e da grande imprensa não são divergentes, ambos representam a elite). Somente através de organização com pessoas que têm os mesmos ideais, e com enfrentamento deste discurso que estão querendo massificar (como aponta o Proposta Democrática) poderemos ajudar a constuir um outro tipo de sociedade, baseado na justiça e na solidariedade. Blogs, twitter, facebook, rádios comunitárias, a velha conversa com amigos, família, vizinhos são estratégias que podemos utilizar para tentar auxiliar na tomada de consciência da sociedade, que já sente as mudanças na pele, com a falta de direcionamento político, abandono de políticas públicas e deterioração de serviços. Uma hora a ficha cai...
    Parabéns ao PD 13 pelo excelente texto!

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  6. Temos que usar as Redes sociais para debates centrais, o episódio do RJ, a mediocridade do governo do PA ou o ultraje da OTAN de bombardear os povos árabes, as redes sociais podem ser excelentes pontos de intelocução!

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