Do Sítio Carta Maior
Fustigados do comando da política econômica, interesses ortodoxos e rentistas -de dentro e de fora do governo e do país-- concentram suas tropas nas trincheiras que dispõem na mídia conservadora. Contrariados com a decisão da Presidenta Dilma Rousseff de enfrentar a inflação através de uma estratégia gradualista, sem choque de juros nem recessão, e mais de uma vez flagrados por ela em manobras para enfraquecer o titular dessa política, o ministro Guido Mantega, buscam intoxicar o ambiente econômico plantando recados e críticas como se ecoassem a opinião ‘abalizada' dos ‘mercados'. Alguns exemplos pinçados no colunismo nesta 4º feira:
"A desconfiança dos agentes quanto ao sucesso da política econômica chegou ao paroxismo nos últimos dias. ...as expectativas de inflação estão desancoradas..."
" O BC perde credibilidade não apenas porque adotou uma estratégia gradualista, e arriscada, de combate à alta inflacionária, mas porque tem comprado brigas desnecessárias com os agentes econômicos."
"O mercado, em peso, desconfia do cumprimento dessa meta (de superávit fiscal para 2011)"
"há três ou quatro zonas de tensão no governo Dilma Rousseff ...No primeiro foco o protagonista e mais longevo contendor é o IPEA... (de onde) especialistas foram afastados sob o pretexto de que representavam partido político adversário do que venceu a eleição"
"A zona de tensão mapeada entre o gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a Casa Civil da Presidência, sob o comando de Antonio Palocci, era esperada desde a formação do governo."
"As crises eclodiram, porém, mais cedo ...tiveram seu ápice há três semanas quando, diante das evidências de descontrole da inflação, passou-se a produzir e reverberar - tal qual o sistema adotado no Ipea - nos gabinetes próximos a Mantega, a versão da existência de conluio entre o mercado financeiro e Palocci para derrubar o ministro da Fazenda..."
"O chamado "pessoal do Guido", como se define esse grupo no governo, chama mesmo para a briga. Foram notadas digitais do grupo na substituição da presidência da Vale, na pressão pela definição do ministro chefe da Secretaria de Aviação Civil (no bombardeio a Rossano Maranhão, indicado por Palocci--NR:Dilma nomeou Wagner Bittencourt de Oliveira, indicado por Luciano Coutinho, do BNDES), nas nomeações de segundo escalão nos bancos públicos..."
(Carta Maior; 4º feira, 06/04/2011)
Comentários PD13: As disputas entre setores conservadores, mesmo dentro do governo Dilma, e setores mais progressistas e vinculados a concepção "desenvolvimentista", tem se acirrado nesses últimos meses. O tempero que a mídia conservadora tem posto, tanto no sentido de buscar desgastar o Ministro da Fazenda, quanto criar um clima de ingovernabilidade sobre a inflação parece algo urdido desde a "Casa das Garças", ninho dos economistas ortodoxos tucanos.
A manutenção da coerência da política econômica, centrada no gradualismo de redução da inflação, cujo centro da meta é objetivado até o terceiro trimestre, converge para o necessário controle da variável cambial e uma política econômica menos enviesada somente pela manipulação da taxa de juros (Selic).
Consideramos que essa coerência possibilitará o melhor arranjo, com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 5% e a inflação dentro da banda de metas.
Professor,
ResponderExcluirconsidero qualquer meio de comunicação um produto, como tal atende um interesse de consumo e público alvo. Algumas notícias são para vender um produto e atendem a necessidade de um editor com propósito comercial. Eu sugiro ao governo transparência em suas determinação, portarias e publicação do seus atos. E a sociedade civil e agente( professores e pensadores) analisarem as informações e repensarem as notícias vinculadas no "mainstream".
Desde já o blog tem essa finalidade e irei repassar, as informações.
Grande abraço.
Marcelo Lopes.