A inventiva latino-americana sempre foi rica de heróis, alguns míticos outros bem concretos. Desde Bolívar e San Martin, passando por Angelin e Antonio Conselheiro, até os inimagináveis heróis carbonários das diversas facções de esquerda espalhadas pelos quatro cantos da ibérica-latina. Deve-se, obviamente, citar os míticos humanos criados por Machado, Márquez, Amado, Llosa, Rosa entre outros.
O que dizer da relação entre o mítico e o concreto, fusão em um tipo totalmente diferente das características do romance e da lâmina fria da realidade latina. Esse me parece o resultado do trabalho de Soderbergh da cinebiografia de Ernesto Che Guevara.
As diversas biografias do “Che” ressaltavam desde sempre são febril vivacidade, parte da condição de um ser humano formidável. O que há de novo nesta filmografia é menos a figura do herói e sim uma dose, extremamente positiva, de uma capacidade sobre-humana de se doar a um ideal de liberdade.
Até que ponto seres concretos possuem uma sublime áurea ética, algo tão perfeito que custa acreditar que existam. De fato, estes seres sobre-humanos são formas míticas, porém a beleza expressa no conteúdo de vida, condizentes com a completa doação, necessariamente possibilita o toque poético de suas existências.
Uma excelente pedida para esse feriadão assistir essa versão do maior mito e herói latino-americano!
PD13
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