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Editor: José Trindade



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ipea divulga percepção social sobre a saúde no Brasil: pela nêmeses da Saúde Pública

As políticas públicas de saúde obrigatoriamente devem ser tratadas enquanto componente estruturante de qualquer projeto de desenvolvimento, sendo que em conjunto com outras políticas de proteção da vida, como: segurança, assistência social, educação, acesso a terra e emprego com qualidade, constitui fator de cidadania central a construção de um Brasil democrático e soberano.

Diversas estatísticas apontam a melhoria das condições de saúde do povo brasileiro nos últimos anos, seja pela expansão das ações e dos serviços garantidos pelo Sistema Único de Saúde - SUS, como pelo crescimento econômico e as políticas sociais de transferência de renda possibilitadas pelos governos democráticos e populares.

No Pará, por exemplo, a adesão ao Pacto pela Saúde de 79% dos municípios (113 dos 143 existentes), a expansão da Estratégia de Saúde da Família para aproximadamente 40% de cobertura populacional, contribuíram para melhorar os indicadores de saúde para cerca de 3 (três) milhões de pessoas (o primeiro governo Jatene atingia somente 30%). Em conjunto com estas ações, a aprovação do Plano de Urgência e Emergência Estadual foram realizações que consolidaram o SUS no Pará e no Brasil.
O impacto sobre os indicadores de saúde no país nos últimos oito anos é bastante expressivo. Observa-se a queda de 20,5% no coeficiente de mortalidade infantil, que se situava em 24,3 mortes de crianças menores de um ano de idade por mil nascidos vivos em 2002 e atingiu 19,3 em 2007. No Pará essa redução foi mais expressiva: reduziu-se a mortalidade infantil de 20 por mil (coeficiente evidenciado em 2006) para 16,6 em 2009. Os índices de desnutrição em menores de cinco anos melhoraram em todos os seus componentes. Parte importante desse resultado deve-se à expansão e investimentos na Atenção Primária, por meio da Estratégia da Saúde da Família, realizada nos últimos quatro anos.
Entretanto, muito ainda deve ser feito.
Recentemente (09/02/2011) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou pesquisa referente ao Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) com o tema “saúde”. O estudo teve por objetivo principal avaliar a percepção da população sobre serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e incluiu perguntas sobre planos e seguros privados de saúde.
O SIPS Saúde apresentou a percepção dos entrevistados sobre cinco serviços do SUS: atendimento em centros ou postos de saúde, atendimento pela Saúde da Família, a distribuição gratuita de medicamentos, atendimento por médicos especialistas e de urgência e emergência.

Os resultados mostram que os serviços do SUS são mais bem avaliados por aqueles que costumam utilizá-los quando comparados com aqueles que não os utilizam. A pesquisa mostra, também, a percepção dos entrevistados sobre os principais motivos para contratarem plano ou seguro de saúde.


O atendimento por membro da Equipe de Saúde da Família (ESF) e distribuição gratuita de medicamentos são os serviços mais bem avaliados pelos entrevistados em todas as regiões.

Os serviços públicos de saúde prestados pelo SUS são mais bem avaliados pelos entrevistados que tiveram experiência com esses serviços. O que pode evidenciar que, a exemplo da escola pública, tenha se construído preconceito cujos objetivos podem ser mercantis, ou seja, favorecer o ensino e a saúde privadas incutindo, principalmente nos setores médios da sociedade, uma cultura anti-serviços públicos.

As principais melhorias sugeridas pelos entrevistados foram (como mostra o gráfico abaixo):
Em primeiro lugar, aumentar o número de médicos, sendo esta a principal melhoria sugerida pelos entrevistados para a maioria dos serviços de saúde pesquisados.
Em segundo lugar a redução do tempo de espera, em dois aspectos:
  • Para atendimento em centros e/ou postos de saúde  e por médico especialista - diminuir tempo de espera entre a marcação e a realização da consulta.
  •    Atendimento em serviços de urgência e emergência - diminuição do tempo de espera para ser atendido.


Os dados para a realização do SIPS Saúde foram coletados no período de 3 a 19 de novembro de 2010, nos domicílios dos entrevistados. O questionário foi aplicado a uma amostra de 2.773 pessoas residentes em domicílios particulares permanentes, em todas as unidades da federação. A amostragem considerou a distribuição dos domicílios em cotas para Brasil e regiões e as variáveis de controle validadas posteriormente: sexo, faixa etária, faixas de renda e escolaridade.

O link para acesso completo da pesquisa é o que segue: SIPS/Ipea

Disponibilizaremos em breve vídeo enviado pelo nosso colaborador Waldemar, militante da saúde pública, sobre o sistema de saúde pública Inglês, para continuarmos esse importante debate! 


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