Por José Trindade
Ontem nós postamos uma chamada do
grupo AVAAZ em apoio ao movimento “Ocupem Wall Street”, a recepção foi incrível.
Muita gente mandou e-mail ao PD13 e outras responderam via facebook, seja
congratulando, seja mostrando apoio, seja criticando certo imobilismo dos
brasileiros e paraenses em particular que, segundo esses comentaristas, somente
sabem utilizar e-mail, face e twitter para protestar, ir para rua, desculpem o estrangeirismo,
“never”.
A critica é fundamental e
concordo É NECESSÁRIO IRMOS PARA A RUA, porém vale olhar um pouco a história
recente do Brasil para compreender o nosso presente e o nosso atual modo de
ação, assim como comparar com o que vem ocorrendo em três quartos do planeta,
inclusive, como aqui tratamos das mobilizações sociais (tanto na Internet,
quanto na Rua) nos EUA.
A década de 80 foi como muitos podem
recordar um período de manifestações de rua quase diárias no Brasil inteiro. Na
época eu era dirigente do movimento estudantil secundarista, militávamos em uma
tendência estudantil chamada “Semeando”. O objetivo daquele grupo de jovens
entre 14 e 20 anos era “transformar o mundo, construir o Brasil democrático e
socialista”. Foi essa moçada que hoje, como eu, está na faixa dos quarentões,
conquistou direitos importantes, por mais que muitos deles elementares, por
exemplo, a meia-passagem nos ônibus urbanos foi fruto de quase uma década de
manifestações, passeatas, ocupações de prédios públicos e privados, incêndio de
ônibus etc.
A mesma década de 80 foi palco de
dois movimentos de grande importância: as “diretas já”, pela redemocratização
do país e a luta pelos direitos constitucionais. Os anos 80 foram anos do novo
rock nacional, do surgimento de novos partidos de esquerda (o PT o principal
deles) e de uma sociedade que fervia por seus direitos.
A década de 90 inicia com um
grande impasse institucional, o recém eleito diretamente primeiro presidente
após a ditadura, Fernando Collor, é deposto do cargo após amplo movimento que,
novamente, mostrou a força da sociedade brasileira organizada e de sua
juventude. A mesma década de 90 observa a resistência ao Neoliberalismo no
Brasil. O PT foi força política central para contrariar os interesses de uma
elite rentista e declaradamente, como falou seu ideólogo mor Fernando Henrique
Cardoso, subordinada e dependente das elites dos países centrais.
A década de 10 inicia uma
importante experiência de governo Democrático e Popular no Brasil, com muitos
limites considerando o arco de forças necessárias à eleição de Lula e depois
Dilma, porém há uma notória diferença do Brasil de hoje que enfrenta as graves
crises do capitalismo global e o Brasil tímido da década de 90.
Para chegarmos ao Brasil presente, com os seus muitos
problemas a serem enfrentados, mas, o que é central, construindo soluções
sociais inovadoras, foi necessário o longo percurso das últimas décadas e
decididamente, o PT e as forças democráticas e socialistas fizeram a diferença.
Cabe agora continuar avançando, buscando a construção de uma sociedade de fato
mais igual e radicalmente democrática e para isso, concordo, temos que ter
bandeiras e faixas nas ruas, além das Redes Sociais, apoiando e defendendo nossas
conquistas dos últimos anos, mas exigindo e propondo novos avanços.
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