No início do ano o governo estadual estabeleceu
decreto que definia desde então a impossibilidade de qualquer reajuste salarial
que garantisse ganho real ao funcionalismo público. No DL 05 era estabelecido
desde sempre a racionalidade tucana de que funcionário público, dada sua
condição de trabalho improdutivo, se impunha a desatenção e o necessário arrocho
salarial. DITO E MAL FEITO.
Após oito meses, muito desencontro e ausência de
governo, a não política educacional se impôs em dois aspectos importantes: a
negação do plano de carreiras e do piso nacional do magistério. A não politica
educacional passou a se valer de muitas meias verdades, para utilizar eufemismo
referente a ludibriar ou levar no bico uma categoria que historicamente é muito
combativa, condição, inclusive, necessária ao exercício de função profissional
tão importante.
Os educadores paraenses compreendem a obrigatória
interação entre educação e desenvolvimento e sabem, melhor que qualquer um que
a disputa pelo desenvolvimento e democracia é desde sempre uma disputa pela melhoria
da educação pública.
A mais recente greve dos profissionais de educação
converge em três componentes sociais centrais:
i) Delimita a imperativa importância do cumprimento
das regras estabelecidas. De um modo geral aquilo que se define legalmente
favorável aos interesses de capitalistas, banqueiros e poderosos em geral, não
há questionamento, ato contínuo: “publique-se e cumpra-se”. Infelizmente essa
regra de ouro não se aplica aos trabalhadores em geral, especialmente, como
entendem Jatene e companhia, aos trabalhadores em educação.
ii) Mais do que nunca há de se compreender a educação
enquanto componente central de desenvolvimento. Desenvolvimento, tal como
entendemos, compreende diferentes dimensões, sendo o crescimento econômico
somente uma delas. A educação constitui dimensão central e o projeto de
desenvolvimento que supere a pobreza e a exclusão social requer obrigatoriamente
educação pública de qualidade e compromissada com esse projeto de sociedade.
iii) O cumprimento do PCCR e do piso nacional são
condições fundamentais para se avançar nesse projeto de desenvolvimento de
médio e longo prazo, e a luta dos trabalhadores em educação paraenses pelo
cumprimento dos mesmos tem nosso apoio e solidariedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário