A matéria que
reproduzimos a seguir e analisamos neste espaço, tem significativa importância
econômica e social. Frente ao quebrantado sistema de saúde resta a população, principalmente
a mais pobre, constantemente recorrer à dita medicina curativa, ou diríamos uma
pinoia de curativa e uma ova de medicina. Melhor falaríamos a “nêmeses” da
saúde e sua forma mais pusilânime de privatização: a venda da morte em cápsulas
em cada esquina: as redes privadas de comércio das drogas medicinais legais e
centralizadas capitalistamente.
A aquisição do grupo
Big Bem pelo terceiro maior grupo de varejo farmacêutico do Brasil confirma
três aspectos importantes aos quais faço aqui anotar e gostaria que me
cobrassem a conta daqui a algum tempo:
i) o setor farmacêutico é um dos mais
concentrados economicamente do mundo, sendo que no caso brasileiro até o varejo
é controlado por megagrupos, a exemplo do que já vinha a algum tempo (últimos
quinze anos) ocorrendo no Pará, onde somente dois grupos controlam
completamente o mercado de atacado e varejo das drogas medicinais, o que
implica, obviamente, imposição de preços e marcas em conformidade aos
interesses dos proprietários dos megagrupos. O Pará passará a partir daqui a
reproduzir as margens de lucro dos grupos nacionais, concentrará ainda mais o
setor e os preços responderão as planilhas de senhores nacionais.
ii) A aquisição da Big Bem
pela BR Pharma, como vocês poderão ler abaixo, é antes de tudo um acordo
nacional pelo controle de mercados ditos emergentes, possibilitando imposição
de preços e marcas nacionais (melhor seria dizer internacionais).
iii) Esse processo é
somente o início de um jogo de cartas mais amplo, o próximo segmento a ser
devidamente centralizado nacionalmente, conforme o jargão econômico, é o setor
supermercadista. As apostas estão
lançadas: que redes locais (Yamada, Líder, Nazaré ou Formosa) comporão parte
das redes internacionais Carrefour e Wal-Mart, em breve veremos!
Reproduzimos a seguir
matéria do Jornal Valor desta sexta-feira (04/11), acessível no endereço: http://www.valor.com.br/
Brazil Pharma compra a
rede Big Ben por R$ 460 milhões
Por Daniele Madureira |
Valor
SÃO PAULO - A Brazil
Pharma, braço de varejo farmacêutico do banco BTG, acaba de fechar a aquisição
da rede de farmácias Big Ben, por R$ 460 milhões. Ao todo, a empresa passa a
deter 507 pontos de venda e faturamento de mais de R$ 1,8 bilhão.
Com a operação, a
Brazil Pharma sobe da quarta para a terceira posição no ranking das maiores
redes de farmácia brasileiras – passa à frente da Pague Menos e fica atrás da
Drogasil/Droga Raia e Drogaria São Paulo. Líder no Pará, a Big Ben tem 155
lojas, nove delas em processo de abertura, e fatura R$ 800 milhões ao ano.
“Com a aquisição,
atingimos o nosso objetivo, de aumentar a nossa participação nos mercados Norte
e Nordeste, onde estão os novos entrantes no mercado de consumo”, afirmou ao
Valor o presidente da Brazil Pharma, André Sá. Agora, a empresa tem 50% das
suas lojas nas regiões Norte e Nordeste do país. O restante está no Sul (25%) e
Centro-Oeste (25%).
Segundo Sá, a família
Aguilera, da Big Ben, continua no comando. Pelo acordo, o fundador da rede,
Raul Aguilera, de 52 anos, se mantém no negócio por três anos, prazo que pode
ser renovado por igual período. “Ele tem o expertise para tocar o negócio”, diz
Sá.
A Brazil Pharma
desbancou a operação de fusão que estava sendo desenhada pela Big Ben com a
Extrafarma.
Taí um debate sério para os monoglotas da câmara de vereadores de Belém e para os paquidermes da câmara de deputados do Pará, ou diria ex-Pará!
ResponderExcluirUm verdadeiro CARTEL para "índio" nenhum botar defeito...
ResponderExcluirÉ isso mesmo: um CARTEL. Bem que os católicos políticos locais, desse estadão que, curiosamente, seja na esquerda, seja na direita, parece que bafeja a necessidade de mante-lo grande e atrasado, poderiam debater com mais fé e ousadia essa questão.
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