Por José Trindade
Estamos próximos a um novo ciclo eleitoral. Belém, enquanto
capital, há muito consolidou um elevado percentual de eleitores à
esquerda do espectro político, porém, não pode-se esquecer, um
percentual expressivo da sociedade local, capitaneado por uma mídia
reacionária e uma elite extremamente retrógrada, oferece enormes
resistências a qualquer projeto mais modernizador.
Não cabe aqui entrar nos detalhes do processo eleitoral de 2010 ou
sobre as dificuldades do governo estadual do PT, em outro momento já
realizamos uma breve análise (conferir: Contribuição ao debate), entretanto é inegável que o
acordamento entre parcelas de nossas elites foi condicionante
importante na derrota parcial do projeto petista para o Pará. O
referido acordamento impunha uma continuidade literal dos interesses
comerciais dos setores assentados em Belém.
Vale observar que essa parcela importantes das elites locais além de
se basear no “comercialismo”, converge seu poder pelo controle
das maquinas administrativas tanto do governo estadual, quanto do
governo municipal. Parcela da resistência a divisão do estado
vinculou-se a essa possível perda relativa de poder. Bem, de um modo
geral as condições de manutenção das duas estruturas são
componentes centrais para essa elite “comercialista”.
O PT há algum tempo conseguiu construir uma importante cunha de
disputa, entretanto a vitória eleitoral em Belém nas duas ocasiões
em que se deu (1996/2000), foi sob condições extremamente apertadas
e peculiares. Convém lembrar que a derrota do ano de 2010 não
configura nada de extraordinário, perder e ganhar são fatos do
jogo político, a grande questão é como se disputa e com que
intensidade se pode disputar e como se perde.
Claro está que somente um nome das prévias angaria elementos
necessários ao referido processo de disputar intensamente, construir
alternativa social e propor projetos e limites a elite
“comercialista”.
Como já desde muito expus, o companheiro Puty se assemelha em
diversos aspectos aos nomes que o próprio Lula convencionou chamar
para ser a “cara” do “Novo PT”. Em outro momento falei da
capacidade acadêmica e do alto nível de articulista do mesmo, vale,
por último, falar no aspecto de novidade do nome para a sociedade
local, além de um aspecto que não deve ser negligenciado, sua
aceitabilidade entre setores da classe média local.
Convém, por último, uma observação pertinente: as obras que o
“maldito” governo de 2007 inaugurou na Região Metropolitana
somente agora foram detidamente deglutidas pela população,
especialmente a “impertinente” classe média emergente, moradora
em grande parte da “segunda légua patrimonial” de Belém
(Augusto Monte Negro e quejendos).
Considero que o Puty seja um forte nome para o PT reconquistar Belém
e, assim penso, parcela preponderante da militância e afiliados
petistas devem se posicionar desta forma neste domingo de 05 de
fevereiro do ano derradeiro do povo Maia.
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