Esta singela poesia é dedicada a militante da música e da vida que, infelizmente, não poderá continuar entoando sua voz possante, seu estribilho luminoso, seu encantar sereno.
COMO SEMENTE DE VIDA
Nada lamentamos,
Nada choramos,
Nada lastimamos.
Não há tristeza, nem melancolia no ar!
Vidas hás temos a sonhar,
Como o toque da primeira paixão,
Como o incendiar de uma nova canção.
Vidas hás temos a brotar,
Como frondosa palmeira,
Cuja suculenta popa nutre nossa razão.
Como deslumbrante flor,
Com cálice exposto e suave canção no ar.
Vidas hás temos a doar,
Como o estalar do primeiro raio solar,
Como encanto do luar,
Como o perfume do mar.
Não há nada a se lastimar,
Nem a melancolia do adeus,
Nem o soçobrar do último beijo.
Vidas hás temos a partilhar,
Doando cada pedaço,
Distribuindo cada recado,
Provando cada parte de todas nossas partes!
Nada há a se entristecer,
Somente novas toadas,
Ensaios redobrados,
Voz solta ao vento,
E outros mundos a percorrer.
Vidas hás temos de paixão e mel!
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