O PD13 completa um ano e comemoramos nossos quase cem seguidores. Convém realizar balanço desse período e ponderar motivos e causas para continuidade e fortalecimento do debate crítico em torno de dois eixos principais: os direitos democráticos e o socialismo.
As contradições e limites democráticos e socialistas se acirraram neste período, se por um lado a vitória de Dilma represente ou sinalize a continuidade de um projeto reformista adequado ao aprofundamento da revolução democrática, por outro, suas características e conformação de forças, com a presença de fortes setores conservadores e antisocialistas, nos coloca a necessidade de acompanhamento e estruturação de bloco de forças mais identificados com as tarefas de construção do socialismo.
No Pará a derrota do PT colocou o conservadorismo em forte ofensiva, claramente observável no extermínio de lideranças campesinas. Por outro, as apurações de corrupção na Alepa, contraditoriamente acirra a disputa política, porém não possibilita a articulação de eixo de forças de combate a tucanagem, sendo que as principais lideranças petistas ainda não se refizeram totalmente da derrota eleitoral.
Para além da disputa eleitoral, temos a organização do debate sobre o desenvolvimento e, como condição humana estratégica, do socialismo. O esforço de debate e organização de uma consciência coletiva pró-socialista e de radicalização democrática ainda converge as principais forças da esquerda do PT, porém os estreitos limites do processo eleitoral devem ser rompidos e se abrir a uma dimensão mais ampla que David Harvey[1] denominou de “uma concepção socialista dos direitos”.
Vale aqui algumas considerações em relação à luta e disputa ainda dentro da lógica do que se denomina de democracia burguesa. No geral os direitos sociais básicos tem uma trajetória de desrespeito no Brasil e na maior parte do globo, isso porque as contradições inerentes ao capitalismo se tornam mais acirradas em momentos de crise da dinâmica de acumulação, sendo que a ideologia burguesa nestes períodos tenciona com sua própria retórica de direitos.
O que demonstram as décadas de 1990 e 2010 é que mesmo nas economias capitalistas centrais, a flexibilização de direitos firmados no pós-guerra, se torna regra em conformidade as adequações da elevação da massa de mais-valia com vistas a contrariar o declínio da taxa de lucro e equacionar provisoriamente a crise do capital.
Neste sentido, é coerente a percepção apontada por David Harvey no seu livro “Spaces of Hope” de que “a tradição marxista se ocupe em dialogar na linguagem dos direitos, onde os principais argumentos políticos poderão ser ganhos”, essa forma de ver foi recentemente testada nas lutas por direitos políticos e econômicos observadas nas sociedades árabes.
O aprofundamento desse processo relaciona-se ao debate do projeto de desenvolvimento, rompendo com os atuais limites do debate centrado no crescimento econômico e nas relações de políticas compensatórias. O debate deve expor os conflitos inerentes ao atual modelo, demonstrando suas fissuras internamente, aprofundando a disputa e objetivação de direitos econômicos, inclusive propondo trajetória de desenvolvimento que aos poucos negue a acumulação capitalista e caminhe para sua superação.
Neste um ano de existência o PD13 se dispôs a construir mais um espaço de exposição de ideias democráticas e socialistas, não sendo, obviamente, ponto de convergência, nem espaço de força central daqueles que lutam pelo socialismo, porém, humildemente, se oferece a escuta pública.
Agradecemos aos quase cem seguidores e aqueles que acessando diariamente ou nos brindando com seus comentários e criticas reforçam este blog enquanto espaço plural, por outro agradecemos aos nossos colaboradores e esperamos continuar contando com os mesmos, assim como com novos propositores.
Saudações Democráticas e Socialistas!!!
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