Sim, há o que acalentar! |
Que amplas paredes vazias
a serem habitadas,
por dizeres,
quereres e qualquer palavra jogada.
Que palavras que queres?
De paixão ressentida,
talvez de melancolia
incontida!
Ou de alegria
sofrida?
Quantas palavras me pedes a
decifrar ou escrever?
Todas àquelas
afáveis,
algumas até
amáveis,
ou outras de
má fé?!
Como escrever nas paredes vazias desses olhos perdidos,
de obliqua cor,
de tortas linhas,
de veredas tão finas.
As palavras que são ditas são as
mais risíveis.
Palavras que
magoam são as mais pensadas.
Palavras que
povoam o ar são indefiníveis.
Que amplas
paredes queres habitar?
Com palavras
ferinas,
de frases
indigestas,
de desertos
afins.
São tuas paredes retratos vazios,
como gotas a latejar , sobre um
sobranceiro mar!
Ou palavras que queres gritar,
ofender, talvez até machucar,
essas
coisas insensatas que tens a mão armar.
Que amplas paredes tens a recitar:
com versos de mar ou canções de
Aldir cantadas por Elis.
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