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Editor: José Trindade



sábado, 23 de março de 2013

Poesia nas Paredes

Sim, há o que acalentar!
Por Zé Lins


Que amplas paredes vazias
a serem habitadas,
por dizeres, quereres e qualquer palavra jogada.


Que palavras que queres?
De paixão ressentida,
 talvez de melancolia incontida!
Ou de alegria sofrida?


Quantas palavras me pedes a decifrar ou escrever?
Todas àquelas afáveis,
algumas até amáveis,
ou outras de má fé?!


Como escrever nas paredes vazias desses olhos perdidos,
de obliqua cor,
 de tortas linhas,
 de veredas tão finas.


As palavras que são ditas são as mais risíveis.
Palavras que magoam são as mais pensadas.
Palavras que povoam o ar são indefiníveis.


Que amplas paredes queres habitar?
Com palavras ferinas,
de frases indigestas,
de desertos afins.


                    São tuas paredes retratos vazios,
como gotas a latejar , sobre um sobranceiro mar!
Ou palavras que queres gritar,
ofender, talvez até machucar,
essas coisas insensatas que tens a mão armar.

Que amplas paredes tens a recitar:
com versos de mar ou canções de Aldir  cantadas por Elis.

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