Espaço de debate, crônica crítica do cotidiano político paraense e de afirmação dos pressupostos de construção de um Pará e Brasil Democrático e Socialista!

Editor: José Trindade



quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

RETOMAR O DEBATE DEMOCRÁTICO RADICAL


EDITORIAL

O Proposta Democrática esteve nestes últimos oito meses sem postagens. A justificativa, até onde é possível justificar, esteve por conta das tarefas que o editor do blog assumiu e se comprometeu nesse período. Nos últimos meses, lecionamos em nove turmas da UFPA e publicamos artigos em diversos periódicos nacionais, sendo os mais influentes: a Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política (http://goo.gl/Tsr7X); a Revista Econômica do Programa de Pós-graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (http://goo.gl/X8tdF); a Revistas do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (http://goo.gl/I3tV4). Passamos a editar os “Cadernos CEPEC” (http://goo.gl/dMzDo), working papers do Programa de Pós-graduação em Economia da UFPA.

Bem, considero que não interessa aos leitores do PD13 estes motivos “funcionais”. Entretanto fica a pergunta: por que voltar a postar corriqueiramente no PD13? A resposta é singela: “navegar é preciso, viver não é preciso”, sendo que o poeta (Fernando Pessoa) alertava para a urgência do viver, mesmo com suas incertezas, daí a necessidade de se navegar. Considero que mais do que nunca se faz necessário as mais diversas, mesmo que tímidas, porém formas de expressão democrática que ensejem o debate critico ao capitalismo e, principalmente, dispute, mesmo que acanhadamente, o espectro ideológico, cada vez mais cretino, imposto pela grande mídia e pela elite ululante, a todos nós.

Vale observar, ainda, que o Brasil dos últimos dez anos buscou construir ou “germinar” um padrão diferenciado em relação ao seu histórico formato social excludente e ambientalmente degradador. Os governos Lula e Dilma ao combinarem politicas macroeconômicas gradualistas, com políticas sociais ousadas iniciaram processo tímido, mas importante, de desconcentração da renda, com o uso, principalmente, de políticas fortes de transferência de renda e recuperação do salário mínimo em termos de ganhos reais aos trabalhadores.

Esses avanços ainda não estão consolidados, não nos enganemos que um novo modelo ainda não foi estruturado, somente algumas sementes de outro padrão foram semeadas, a capacidade dessas sementes germinarem e aflorarem estão na dependência dos próximos passos da sociedade brasileira. 

No último ano, uma série de medidas econômicas e sociais foram estabelecidas pelo governo Dilma, alterando padrão que tinha permanecido mesmo durante o segundo governo Lula: i) a domesticação da taxa de juros, possibilitando que os juros médios aplicados as operações de crédito, seja para uso pessoal, seja empresarial, fossem os menores dos últimos trinta anos; ii) o controle sobre a relação entre a moeda nacional (real) e a moeda estadunidense (dólar), algo importante para se pensar um mínimo de proteção a indústria nacional; iii) uma ousada política tarifária referente a energia, com repercussões sobre os custos das empresas e sobre as contas domiciliares da grande maioria dos brasileiros; iv) uma nova política educacional, que mesmo ainda somente ensaiada, já se constitui ponto central para defendermos e aprofundarmos nos próximos anos.

Queremos, portanto, ressaltar que nosso retorno tem o objetivo da pequena contribuição: debatendo e criticando, analisando e informando, tentando fazer o que o poeta alemão Brecht chamava a atenção: “a política são muitos atos de discordância e muitos de aceitação, mas todos de encantamento pelo futuro e pela impossível mudança.”

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