Por Zé LIns
A CPI do Cachoeira
parece conter uma dose de nitroglicerina que as outras não tinham. Vale aqui
uma breve recapitulação de CPIs clássicas.
Começamos, obviamente, pela que
detonou o “bólide” Collor de Mello, de maneira muito geral o conteúdo daquela
Comissão era pautada pela indolência e incapacidade administrativa do “caçador
de marajás”, soma-se a convergência de fatores como corrupção, incapacidade
política das elites no pós-ditadura e a pressão crescente dos movimentos
sociais.
O “Fora Collor” tinha
conteúdo político e social apimentado, mas a pimenta que regrava era aquela
altura um PT já bem próximo ao “status quo” e que de maneira geral cabia aos
setores diversos das elites cederem anéis sobressalentes para não perder nem um
quinhão do dedo mindinho.
O tal “caçador de
maracujás” se foi para suas Alagoas e aquela nobre terra que já nos deu o inimaginável
Graciliano, nos pariu também aquele fantástico exemplo de penumbra brasiliana.
E assim a CPI do Collor acabou em arranjo necessário a sôfrega consolidação da
transição “segura e gradual” da ditadura para o ciclo democrático brasileiro
(os mais lidos sabem que Golbery do Couto e Silva foi maestro da permanente
conciliação nacional, entre outros).
Alguns anos se passaram
e nossa cronologia histórica continuou em seu ritmo acidentado e, em grande
medida, conciliador com os poderosos e com os poderes do entretenimento. Em
1994 o próprio Collor acaba absolvido pelo STF e os 103 processos judiciais que
respondia são comutados por um “nada consta”, o que desde sempre foi o exemplo
mais eloquente dos limites das CPIs.
Desde então, as CPIs de
maior repercussão no Congresso investigam temas comuns: corrupção, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e desvios de recursos públicos. Vai aí uma lista
breve e com lacunas importantes: CPI dos Precatórios, CPI do Marka e
FonteCindam, CPI dos Laboratórios Farmacêuticos, CPI do BANESTADO, CPI do
Valerioduto e a carimbada CPI do Mensalão e muitas outras.
A questão diferencial
entre essa CPI do Cachoeira e as demais está em um componente de grande odor e
dor: o papel da mídia e do poder midiático na interação com os demais símbolos
de virtudes e vícios republicanos. Vale reforçar a agonia litúrgica da “Carta
Capital”, e endereçar aos poucos deputados independentes o apelo machadiano: “CONVOQUEM
O POLICARPO”!
e aquele "logo" ao lado "democracia PT 13"
ResponderExcluirFAZ-ME RIR